O Menino Maluquinho

Autor ou personagem? Em qualquer dicionário, MALUCO é aquele cara “que se mostra fora dos padrões considerados normais”. Quer dizer, alguém que não gosta da mesmice. E GENIAL é mostrado como alguém “dotado de extraordinária capacidade intelectual, de notável talento”. Cabe lembrar que “extraordinário” é algo fora da ordem. Então, como definir alguém que nunca gostou da mesmice e que sempre fez bem feito e de uma nova forma o que todos já consideravam pronto e acabado?

 Como definir um menino do interior de Minas Gerais, apaixonado por gibis, que cresce, vai ainda novo para o Rio de Janeiro (a capital do Brasil naquela época) mergulha nas artes gráficas e, com um traço inigualável, cria um mundo imaginário repleto de personagens que fazem parte da memória coletiva do Brasil?

O menino cresceu, traçou vários caminhos da cultura e já tendo colorido o mundo de FLICTS, teve coragem (e talento) para mudar o rumo da sua carreira fazendo uma maluquice genial: em 1980, tirou da cartola O Menino Maluquinho. Um menino que tinha o olho maior do que a barriga, fogo no rabo e vento nos pés. Um menino moleque, brincalhão, bagunceiro, poeta, um amigão. Um menino que, como todo menino, cresceu e descobriu que não tinha sido um menino maluquinho, mas simplesmente um menino feliz. Um menino especialmente comum.

E o Menino Maluquinho ganhou mundo, foi traduzido para diversos idiomas (inclusive coreano), virou filme de cinema (na verdade, dois), peças de teatro, ópera, histórias em quadrinhos, série de TV, animação, tema de Escola de Samba… E abriu as portas para vários outros livros que encantaram e continuam encantando, fazendo felizes e transformando em maluquinhos uma porção de meninos e meninas de todas as idades.