Os Zeróis

Era uma vez um menino chamado Ziraldo que, andando com os amigos pelas ruas de sua Caratinga natal, teve o caminho interrompido por um super-produto mágico e misterioso, mas com um nome curto e engraçado: Gibi.

“É isso que eu quero fazer”, pensou o menino que acabara de conquistar o super-poder de sonhar e, já nessa época, criou e produziu alguns gibis artesanais do seu primeiro personagem, o Capitão Tex, em suas aventuras espaciais.

Com o tempo, o menino cresceu, se transformou em desenhista, se mudou para o Rio de Janeiro e começou a publicar seus desenhos em jornais e revistas. Em muitas dessas ilustrações, Ziraldo já homenageava com humor e ironia os heróis e super heróis famosos dos filmes e das histórias em quadrinhos, como Zorro, Mandraque, Tarzan, Batman e, claro, o Super-homem. Personagens que ele desenhou, redesenhou e ressignificou com muito humor. Alguns deles, ao longo de toda a sua carreira.

Os cartuns intitulados “Os Zeróis”, publicados no final dos anos 1960 no Jornal do Brasil e no Pasquim, foram ganhando destaque e muitas vezes ocupavam uma página inteira da publicação. Em 1968, esses heróis com Z se uniram graficamente em uma série chamada POSTERS DOS POBRES. Impressos coloridos em serigrafia e em grandes formatos agitaram a 1ª Feira de Arte do Rio, no MAM (Museu de Arte Moderna).

No início dos anos 2000, Ziraldo retomou o tema. Realizando um antigo sonho, se arriscou em uma técnica pouco experimentada por ele: acrílico sobre tela. Fez sátiras e paródias visuais com seus Zeróis homenageando grandes artistas como Velázques, Dalí, Picasso, Roy Lichtenstein, Edward Hopper e Andy Warhol.

Em 2010, um conjunto de 44 pinturas foram reunidas na exposição ZERÓIS – ZIRALDO NA TELA GRANDE, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro e, em 2012, no Museu Nacional da República, em Brasília.