Uma Professora Muito Maluquinha

A famosa frase de Ziraldo, “Ler é mais importante que estudar”, vira protagonista nas páginas de UMA PROFESSORA MUITO MALUQUINHA, quando ela diz a seus alunos que o homem não nasce completo, “falta a ele a capacidade de ler e escrever como quem fala e escuta”.

O que dizer de uma professora que inventa uma Máquina de Ler? E também a Semana do Silêncio? Dona Cátia emprestava gibis e revistinhas para que a turma lesse sossegada, enquanto ela mergulhava em um romance “água com açúcar”.

O livro, editado em 1995, é livremente inspirado em uma inesquecível professora da infância de Ziraldo, que gostava de ensinar e aprender, e estava sempre disposta a incentivar seus alunos a crescerem felizes e curiosos. Uma professora revolucionária para a época, que “entrava voando pela sala (como um anjo) e tinha estrelas no lugar do olhar”. Era amada por seus alunos e incompreendida por colegas e superiores.

A professora, por exemplo, não dava castigo para as bagunças, ou melhor, as traquinagens da turma. Tudo era resolvido com um julgamento em sala de aula. Um aluno como promotor, outro fazendo a defesa do acusado e a turma toda formando o júri. O veredito era respeitado por todos.

O livro UMA PROFESSORA MUITO MALUQUINHA, na verdade, é uma homenagem a todos os mestres que ajudam alunos e alunas a construírem sua própria felicidade, a sonharem e se prepararem para realizar seus sonhos. Ela representa a professora que todos gostaríamos de ter e de ser.

Para aquela turma de 30 alunos e alunas, ela era uma mistura de fada madrinha com estrela de cinema. E a obra literária acabou mesmo se transformando em filme, em 2010.

Ao escrever o texto na primeira pessoa do plural, Ziraldo convida todos a serem narradores de uma história que assim como a vida, só se realiza com afeto e união. E para reforçar esse sentimento, ele cita Tom Jobim: “É impossível ser feliz sozinho”.